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Origem sistémica, nutrição e hábitos 2017-12-28T09:24:32+00:00

Origem sistémica, nutrição e hábitos

Estas halitoses são também denominadas de “halitoses sanguíneas”. Os compostos de mau odor, originados em diversos órgãos (ex: fígado e rins) são transportados pela corrente sanguínea até aos pulmões, onde se volatilizam e promovem a halitose. As fontes potenciais das halitoses ditas sanguíneas são algumas doenças sistémicas, transtornos metabólicos, e certos medicamentos e alimentos.

Alimentos “de risco”

É do conhecimento geral que alguns alimentos podem causar halitose. Os alimentos com maior nível de evidência são o alho, cebola, bebidas alcoólicas, queijos, alimentos gordurosos, azeitonas, ovos, condimentos fortes, maionese, azeite, chocolate, leite, manteiga, natas, salame, presunto, couve lombarda, couve-flor, repolho, brócolos, sardinha e alcachofra. A este respeito, é oportuno distinguir a halitose provocada, por exemplo, por refluxo gastroesofágico que pode ser desencadeada por certos alimentos mas que não tem relação com a via sistémica ou pulmonar.

Após a ingestão alimentar, observa-se que inicialmente os COVs e CSVs originam-se maioritariamente da boca, e só numa fase posterior (cerca de 1 hora depois) os mais predominantes passam a ser os originados no eixo intestino-sangue-pulmão. Foi verificado que alguns alimentos picantes podem provocar halitose e sensação de mau gosto, podendo durar até 72 horas após a sua ingestão. Além do eixo sangue/pulmão, pode também verificar-se um eixo alternativo, o eixo sangue/ saliva, tendo este maiores implicações nas disgeusias (alterações do gosto).

Hábitos tabágicos e alcohol

A ingestão de álcool geralmente afecta a halitose, seja por o etanol ser um agente desidratante (e provocar volatilização dos CSVs e COVs intra-orais), seja pelos seus produtos catabólicos libertados pelo pulmão através da corrente sanguínea.

Os hábitos tabágicos também influenciam a halitose. No entanto, a alteração provocada no hálito, de odor característico, normalmente desaparece após um curto período de tempo (2-3 horas). No entanto, é um factor de risco para outras condições que podem causar halitose ou a sensação desta, como a doença periodontal, xerostomia, disgeusias (alterações do gosto), cancro do pulmão e outros.

Doenças que podem causar halitose

Existe uma via sistémica (que inclui vários órgãos) de produção de halitose na qual participam três entidades com relações muito próximas: o intestino, o sangue e o fígado. O que as une é o processo digestivo.

A menstruação e mau hálito.

Desde há algumas décadas que se constatou que algumas mulheres, durante a menstruação, exalam níveis de CSVs acima do normal. A causa deve-se à absorção de CSVs resultantes da acção bacteriana sobre substratos sanguíneos, absorvidos pela mucosa vaginal e libertados no ar expirado.

Os medicamentos e mau hálito.

O uso de medicamentos pode influenciar hálito, seja por administração tópica ou sistémica. Este último caso, mais frequente, ocorre após a ingestão ou perfusão de certos fármacos que são libertados ou que originam outros compostos de mau odor (sendo depois eliminados pelos pulmões). Na sua maioria, são medicamentos constituídos por compostos de enxofre. É o caso do dimetilsulfóxido (DMSO), dissulfiram, nitrito de amilo, dinitrato de isossorbida e alguns medicamentos citotóxicos.

Medicamento Indicação Terapêutica
Disulfiram Alcoolismo crónico
Dimetilsulfóxido Amiloidose
Cisteamina Cistinose
Tosilato de suplatast (anti-alérgico) Asma
Noxitiolina (antimicrobiano tópico) Periodontitis

Outros medicamentos, indirectamente, podem provocar halitose por induzir alterações no ecossistema oral. Um exemplo paradigmático são uma série de fármacos comummente usados pela população, mas que colateralmente influenciam o fluxo salivar (xerostómicos) como as anfetaminas, omeprazol, anticolinérgicos, ondansetron, anti-histamínicos, inibidores selectivos da recaptação da serotonina, tiabendazol, antineoplásicos, didanosina, antidepressivos tricíclicos e levodopa, entre outros. Também uma grande variedade de medicamentos podem induzir outros efeitos adversos como a hiperplasia gengival (fenitoína, ciclosporina, nifedipina, etc.), a língua pilosa, o refluxo gastroesofágico, etc. Também já foi demonstrado que alguns cremes e loções aplicados sobre a pele podem causar alterações no hálito.

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Conceito

Falamos da halitose sem complexos, para que melhor compreenda a terminologia que usam os académicos.

1. O que é a halitose?
2. Consequências psicológicas e sociais
3. O mau hálito ao longo dos tempos

Causas

Descubrimos as mais de 80 causas que podem provocar halitose, segundo os estudos e investigações internacionais mais recentes.

1. Os compostos de mau odor
2. Patologias associadas
2.1 Origem na boca
2.2 Origem no aparelho respiratório
2.3 Origem no tubo digestivo
2.4 Origem sistémica, nutrição e hábitos
2.5 Origem neuropsicológica

Diagnóstico

Identificamos os métodos clínicos mais eficazes para estabelecer um diagnóstico preciso sobre a origem da halitose ou mau hálito e, posteriormente, realizar o tratamento mais adequado.

1. Métodos de diagnóstico
1.1 Auto-percepção
1.2 Provas organolépticas olfactivas
1.3 Medição dos gases do hálito
1.4 Provas laboratoriais
2. Impacto na qualidade de vida
3. Sinais e factores associados