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Consequências psicológicas e sociais 2018-03-02T09:56:56+00:00

Consequências psicológicas e sociais

Apesar de ser raro as pessoas partilharem com terceiros a sua preocupação em relação ao próprio hálito, tem-se confirmado ser um assunto com que a maior parte da população se preocupa. Num inquérito realizado no Japão a 3.290 pessoas, 20% reportaram sentir-se sempre nervosas em relação ao estado do seu hálito e 60% ocasionalmente. Apenas 20% dos inquiridos referiu nunca se preocupar com o seu hálito.

Uma evidência desta preocupação em relação ao hálito é o elevado consumo de elixires orais e chiclets, à venda em supermercados, quiosques e postos de abastecimento.

Um estudo americano apurou que, em 1994, o mercado destes produtos com acção desodorizante nos EUA gerou receitas superiores a 2 mil milhões de dólares. Um inquérito realizado apurou que cerca de 60% das mulheres e 50% dos homens usam produtos específicos para melhorar o hálito.

A consciência de padecer de halitose, real ou ilusória, provoca frequentemente um impacto comportamental, psicológico e emocional, que pode ter repercussões severas na qualidade de vida de uma pessoa (independentemente da cultura ou do meio social a que pertence).

Efeitos comportamentais

Um estudo científico pioneiro, efectuado por investigadores do Instituto do Hálito, observou vários efeitos comportamentais defensivos (para disfarçar a existência de halitose ou para minimizar o impacto nos outros) em indivíduos com consciência de ter mau hálito:

  • Limitação da comunicação oral (especialmente em lugares fechados)
  • Maior distanciamento interpessoal
  • Maior frequência de comunicação por sinais ou gestos
  • Cobertura da boca com a mão
  • Tempo de expiração mais curto

Verificou-se também outro tipo de comportamentos por parte daqueles que se preocupam com o seu mau hálito. Conscientes das implicações da halitose e numa tentativa desesperada de mascarar o odor e tornarem-se socialmente aceites, estas pessoas escovam os dentes compulsivamente (mais que 5 vezes ao dia), usam repetidamente elixires orais e chiclets, e chegam até a fumar. No entanto, estas soluções são pouco eficazes devido à sua curta duração.

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Efeitos psicológicos e emocionais

O Instituto do Hálito, através de estudos em amostras populacionais de grandes dimensões, demonstrou de forma inequívoca que a halitose restringe a vida social, aumenta a ansiedade, interfere com as relações íntimas, e diminui a felicidade global de um indivíduo. Os efeitos psicológicos podem ir desde falta de confiança, baixa auto-estima e constrangimento, até um aumento contínuo da ansiedade e do stress. Em alguns casos, aqueles que padecem de halitose são objecto de escárnio e de bullying continuado por parte daqueles que os rodeiam. Muitos pacientes referem mesmo terem sido preteridos em promoções no emprego, e apontam consequências trágicas ao nível familiar como a separação conjugal.

Na principal base de dados médica americana (PubMed/Medline), encontram-se reportados alguns casos de pessoas que cometeram suicídio referindo em vida a halitose como a maior perturbação nas suas vidas.
Uma evidência do impacto severo da halitose na qualidade de vida de uma pessoa é a remissão dos efeitos acima descritos após o tratamento bem sucedido. O Instituto do Hálito publicou em 2010 os resultados do tratamento de um grupo de várias centenas de pacientes, provando que o tratamento eficaz da halitose resulta em vários efeitos benéficos, entre estes:

Efeitos Escala de medição utilizada pelo Instituto do Hálito
Remissione di situazioni di ansia e depressione Ansiety and Depression Scale (de Zigmond)
Miglioramento significativo della felicità SWLS – Satisfaction With Life Scale (de Diener)
Aumento della frequenza di emozioni positive a scapito delle negative PANAS – Positive And Negative Affect Schedule (de Watson, Clark & Tellegen)
Aumento significativo della qualità di vita OHIP – Oral Health Impact Profile (de Slade e Spencer)

Em suma, os resultados do estudo levado a cabo confirmaram, de forma sistemática, o que já se suspeitava nas últimas décadas: o maior impacto da halitose é ao nível psicológico e social. Quando comparada com outras condições patológicas do foro da Medicina Oral/Dentária (ex: dor crónica e disfunção temporo-mandibular, síndrome de ardor bucal, utilização de próteses removíveis, etc.), a halitose obteve os níveis de impacto mais elevados. É inequívoco referir que, ainda que raramente represente um risco para a vida, a halitose deve ser valorizada tanto por parte dos profissionais de saúde como por aqueles que cercam os pacientes que padecem deste problema.

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Conceito

Falamos da halitose sem complexos, para que melhor compreenda a terminologia que usam os académicos.

1. O que é a halitose?
2. Consequências psicológicas e sociais
3. O mau hálito ao longo dos tempos

Causas

Descubrimos as mais de 80 causas que podem provocar halitose, segundo os estudos e investigações internacionais mais recentes.

1. Os compostos de mau odor
2. Patologias associadas
2.1 Origem na boca
2.2 Origem no aparelho respiratório
2.3 Origem no tubo digestivo
2.4 Origem sistémica, nutrição e hábitos
2.5 Origem neuropsicológica

Diagnóstico

Identificamos os métodos clínicos mais eficazes para estabelecer um diagnóstico preciso sobre a origem da halitose ou mau hálito e, posteriormente, realizar o tratamento mais adequado.

1. Métodos de diagnóstico
1.1 Auto-percepção
1.2 Provas organolépticas olfactivas
1.3 Medição dos gases do hálito
1.4 Provas laboratoriais
2. Impacto na qualidade de vida
3. Sinais e factores associados