11. Quais chicletes ou elixires devo utilizar para eliminar a halitose ou mau hálito?

A grande maioria das chicletes ou pastilhas elásticas, como muito, possuem dois efeitos: aumentam a salivação (como consequência natural da mastigação) e podem ocultar o mau hálito existente (ao libertar um odor mais intenso: menta, hortelã, etc.).

Os pacientes sabem que o efeito é muito curto e, portanto, seria abusivo classificar estes dois efeitos como “eliminação do mau hálito”. Algum efeito benéfico pode resultar do aumento da secreção salivar em pacientes com a boca seca (mas poucos minutos após a interrupção da mastigação, os problemas anteriores regressam: o mau hálito e a boca seca. Portanto, as pastilhas elásticas não são uma terapêutica eficaz para tratar o mau hálito ou problemas de boca seca a longo prazo.

Além disso, é sabido que o uso continuado de pastilhas elásticas pode provocar problemas ao nível da articulação temporomandibular, relacionada com a abertura e fecho da boca, e provocar ruídos, desgaste das articulações, dor, inflamação, entre outras, e produzir acidez excessiva no estômago (como reflexo neuronal resultante da mastigação) podendo ocasionar gastrite, úlceras, etc. Existem alternativas para aumentar a secreção salivar com maior eficácia a longo prazo e sem provocar estes efeitos colaterais, e alternativas para tratar o mau hálito.

Mais recentemente, surgiram pastilhas que contêm antimicrobianos e probióticos. Demonstraram algum grau de eficácia, mas o seu efeito é muito limitado e a curto prazo. No entanto, podem conter agentes terapêuticos benéficos quando a origem primária do mau hálito encontra-se na boca.

“As chicletes não são uma alternativa eficaz para curar o mau hálito ou a secura bucal crónica (xerostomia)”.

Em relação aos elixires, um elixir adequado não deve possuir álcool (portanto o utilizador nunca deve sentir ardor), deve possuir antimicrobianos com eficácia cientificamente comprovada, como o cloruro de cetilpiridínio ou o digluconato de clorexidina ou substâncias que captam maus odores como o lactato de zinco ou o cloruro de sódio. Estes elixires, quando a causa primaria provem exatamente da boca (devido a bactérias orais), podem ser úteis. O problema é que uma parte muito significativa dos elixires comercialmente disponíveis não possui estes compostos comprovados cientificamente.

Se uma pessoa já utiliza duas vezes ao dia um elixir com fundamento científico e, ainda assim, continua a padecer de mau hálito, então a causa não é bacteriana oral, mas sim outra. Não é razoável confiar no efeito de curta duração das substâncias mascaradoras de odor que são adicionadas à quase totalidade dos elixires. As halitoses devem ser tratadas na sua origem e de modo contundente (e não mascaradas com cápsulas de azeite floral, menta ou hortelã, chicletes, elixires mentolados, ou outros). Os efeitos benéficos de alguns alimentos com odor agradável (salsa, mirra, etc.), ou certas cápsulas para ingestão, raramente têm um efeito que dure mais de 1 hora.